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ALUNOS E OS BENDITOS LAUDOS MÉDICOS

O Crescimento dos Laudos nas Escolas: O Que Isso Significa para os Alunos?

No cenário educacional atual, uma característica tem se destacado de maneira significativa: o aumento do número de laudos, de uma forma geral, para jovens alunos em contextos escolares. Mas afinal, o que isso significa e como isso está afetando a educação e o desenvolvimento dos jovens alunos? Neste post, exploraremos essa tendência e discutiremos suas implicações.

O Que São Laudos Escolares?

Primeiramente, é importante entender o que são os laudos. Esses documentos são geralmente elaborados por profissionais da área da saúde, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e médicos, e têm como objetivo identificar possíveis necessidades especiais ou dificuldades de aprendizagem. Eles podem identificar questões como autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia, entre outros.

O Aumento dos Laudos: Uma Tendência Emergente

Nos últimos anos, observamos um aumento notável na emissão de laudos médicos para jovens em idade escolar. Existem várias razões para essa tendência. Uma delas é uma conscientização crescente sobre as diversas necessidades dos jovens alunos, o que leva a uma busca mais ativa por ajuda e suporte para garantir que todos tenham igualdade de oportunidades na educação.

Além disso, as escolas estão se tornando mais inclusivas, buscando acomodar as diferentes necessidades de seus alunos. Isso resulta em uma maior demanda por avaliações que podem direcionar estratégias de ensino individualizadas.

As Implicações para os Jovens Alunos e a Educação

O aumento dos laudos escolares tem implicações significativas para os alunos e para o sistema educacional como um todo:

  1. Identificação Precoce de Necessidades Especiais: Fundamental para garantir que os alunos recebam o suporte adequado desde a tenra idade.

  2. Educação Inclusiva: Criar ambientes de aprendizagem inclusivos, onde todos os alunos, independentemente de suas necessidades, têm a oportunidade de aprender e se desenvolver.

Em contrapartida, o aumento dos laudos também traz desafios. É crucial evitar a medicalização excessiva da educação, onde todas as diferenças são rotuladas como "problemas"; tornando-se estereotipias. Ao invés disso, é importante ver cada criança como única, com suas próprias habilidades e desafios, sem taxação e assumi-la como um “bode expiatório” (considerá-la como fora do padrão social e educacional).

Todo aluno terá necessidades específicas, com ou sem transtornos mentais. Alguns serão mais agitados e outros mais calmos, alguns serão mais facilmente motivados do que outros, e é dever do professor e da escola atender a essas necessidades na medida do possível. Se um aluno parece desinteressado ou está com dificuldade em seu aprendizado, é importante que o professor investigue e reflita sobre a situação para que encontre caminhos que funcionem melhor para aquele aluno específico. O professor não deve tomar essa responsabilidade sozinho, claro, a escola deve oferecer o suporte necessário para que o professor possa atender a todos os alunos, por mais diferentes que eles sejam. 


Um laudo médico pode ajudar alunos a receberem o suporte adequado que necessitem, porém, sozinho, o laudo médico não muda a realidade da sala de aula. O aluno com dificuldades de aprendizagem precisa da atenção e reflexão do professor e da escola para que mudanças ocorram. De fato, o laudo médico é o próximo passo a ser tomado depois que mudanças já foram feitas na sala de aula ou em relação a um aluno específico e estas não foram efetivas e o aluno continua a mostrar dificuldades. 

Além disso, o processo de solicitação e de testes para o laudo médico é muito delicado e, se não é feito de maneira sensível e cuidadosa, pode levar o aluno a construir uma ideia negativa de si mesmo, o que pode gerar ainda mais dificuldades e problemas no seu aprendizado. Durante o processo, o aluno, sobretudo crianças e adolescentes que ainda estão desenvolvendo sua personalidade e seu senso de si, pode criar uma narrativa de si como alguém que não aprende, que não é inteligente, que é bagunceiro, e tal narrativa pode levar o aluno a intensificar ainda mais estes comportamentos. Assim, o processo para adquirir um laudo médico deve ser feito de maneira muito delicada, com acompanhamento psicológico para o aluno e muito suporte por parte de professores, família e profissionais de saúde para que este não se torne mais um problema na vida do aluno. 

Portanto, os laudos podem melhorar a qualidade da educação e garantir que todas as crianças tenham a chance de atingir seu potencial máximo. No entanto, é fundamental que o sistema educacional mantenha o equilíbrio, evitando a estigmatização excessiva e garantindo que cada criança seja vista como única. O objetivo final é criar um ambiente educacional que seja inclusivo e que capacite todas as crianças a prosperar, além de promover a formação e o apoio contínuo aos professores!